segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

dez vez.

Cá estamos nós outra vez, como diz o Palma.

É assim que acontece, certo? Acordamos um dia, mas as coisas correm bem, para variar. Aparecem-nos os mesmos sorrisos de criança, mas desta feita, numa versão qualquer de recompensa. Somos dignos de imaginar o infinito muito mais perto do que alguma vez vimos ou sonhámos, abrem-se portas como as antigas palavras secas e desinteressadas, (as da praxe, paciência que já não precisamos fingir ter).

No meu dia mais feliz, eu confesso, toquei o impensável, o corpo de fora, qualquer coisa de dentro, sem palavra legítima. Chorei de alegria, para variar. Jurei nunca mais ficar triste com a triste felicidade dos outros. Desistir da justiça e pecar, se tal for preciso para ser feliz. Dar tudo, mesmo que seja pouco. Mas hoje é um dia mais completo:
terça 29 dezembro 2009 17:57

Antógrafo em minha alma.


Sofrer por estares a sofrer, e sem ninguém a ver,
Mira esse teu espelho, para que saibas quem és. Por fora,
Porque por dentro não te descobres,
Tens medo de trocar as voltas aos teus objectivos
De perderes a noção de que és prefeita. Mas não,
Até porque não há razões para mascarar esse sorriso,
És apenas humana. Chora esse teu olhar.
Ventila esse teu espírito, estala os dedos e parte para lá,
Para cima da linha do meu ombro.
Fazes-me gritar-te para que te pares de esconder,
Só, sozinha, abandonada com o pó dessas memórias
E grito-te para que voltes a montar esse puzzle,
As peças da tua vida; grito-te para que acordes.
Desde aquele momento em que te vi,
Eu comecei a lamber as tuas feridas,
Limpei-te esse olhar de ira, comecei a tocar o teu ser
Por isso deita-te aqui ao meu lado,
Sonha essa vida que sempre quiseste
A paixão de outrora, artigos de uma loja asiática,
Ficheiros no fundo do teu armário.
Algo tem que mudar,
Tu tens que mudar.
Não deixes o teu chá ficar frio, para não te arrefecer
Mais ainda do que tu já estás,
Pequeno esse teu cobertor de olhares, para ti.
Põe a tua imagem na minha cabeça de novo,
Porque contigo eu deixei a minha marca, a minha cara,
A minha pegada, a minha força, o meu desejo,
Contigo eu deixei-me a mim.
Dás-me e tua pessoa?

Eduardo Coreixo
terça 29 dezembro 2009 17:56

- Voltei por metade.

Voltei para dizer ao mundo que voltei,
Voltei para dizer que estou descrente,
Para mostrar que voltei sem vontade de voltar,
Expressar o sentimento de revolta, na minha volta ao meu lugar.

A revolta de uma volta,
A troca de uns trocos destrocados por um sorriso mudo,
Não estou preparado para encontrar um mudo capado,
Um mundo sem quê nem porquê; um paradoxo digno de Star Wars.

Posso manter a minha vontade motivada,
Porque voltar sem motivação, é corte numa vontade de revolta;
Hoje choro por esse lugar de tristeza imunda
De um sorriso chorado ao largo do Tejo.

Meio mundo, num meio copo de leite,
Meia metade de uma meia que engole este mundo,
Meia vontade cortada de um meio peito de mundo
Meia palavra que é escrita, nesta metade de texto.
terça 29 dezembro 2009 17:54

.

Eu nunca fui do mundo ou nunca me senti parte dessa coisa toda confusa azul e marrom, eu nunca quis ir para muito longe até pouco tempo. Antes eu achava que era por uma questão de falta de perspectiva ou ambição, mas não era (&) Sempre depois de algum tempo de férias ou até passando dias na casa de alguém não tão longe, eu sempre sentia que me perdia aos poucos. Como se eu precisasse de um lugar, daquele lugar que eu chamo de casa pra me encontrar novamente e por poucos dias me dar ao mundo. Antes eu achava que era por uma questão de falta de perspectiva ou ambição, mas não era(&) Mesmo que não me sentisse enraizada em nenhum lugar, eu  precisava daquele lugar que chamo de casa. Eu nunca fui do mundo ou nunca me senti parte dessa coisa toda confusa azul e marrom, eu nunca quis ir para muito longe até pouco tempo. Antes eu achava que era por uma questão de falta de perspectiva ou ambição, mas não era (…)
Sempre depois de algum tempo de férias ou até passando dias na casa de alguém não tão longe, eu sempre sentia que me perdia aos poucos. Como se eu precisasse de um lugar, daquele lugar que eu chamo de casa pra me encontrar novamente e por poucos dias me dar ao mundo.
Antes eu achava que era por uma questão de falta de perspectiva ou ambição, mas não era(…) Mesmo que não me sentisse enraizada em nenhum lugar, eu  precisava daquele lugar que chamo de casa.
terça 10 agosto 2010 15:40


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    Cá estamos nós outra vez, como diz o Palma.

    É assim que acontece, certo? Acordamos um dia, mas as coisas correm bem, para variar. Aparecem-nos os mesmos sorrisos de criança, mas desta feita, numa versão qualquer de recompensa. Somos dignos de imaginar o infinito muito mais perto do que alguma vez vimos ou sonhámos, abrem-se portas como as antigas palavras secas e desinteressadas, (as da praxe, paciência que já não precisamos fingir ter).

    No meu dia mais feliz, eu confesso, toquei o impensável, o corpo de fora, qualquer coisa de dentro, sem palavra legítima. Chorei de alegria, para variar. Jurei nunca mais ficar triste com a triste felicidade dos outros. Desistir da justiça e pecar, se tal for preciso para ser feliz. Dar tudo, mesmo que seja pouco. Mas hoje é um dia mais completo:
    terça 29 dezembro 2009 17:57

    Antógrafo em minha alma.


    Sofrer por estares a sofrer, e sem ninguém a ver,
    Mira esse teu espelho, para que saibas quem és. Por fora,
    Porque por dentro não te descobres,
    Tens medo de trocar as voltas aos teus objectivos
    De perderes a noção de que és prefeita. Mas não,
    Até porque não há razões para mascarar esse sorriso,
    És apenas humana. Chora esse teu olhar.
    Ventila esse teu espírito, estala os dedos e parte para lá,
    Para cima da linha do meu ombro.
    Fazes-me gritar-te para que te pares de esconder,
    Só, sozinha, abandonada com o pó dessas memórias
    E grito-te para que voltes a montar esse puzzle,
    As peças da tua vida; grito-te para que acordes.
    Desde aquele momento em que te vi,
    Eu comecei a lamber as tuas feridas,
    Limpei-te esse olhar de ira, comecei a tocar o teu ser
    Por isso deita-te aqui ao meu lado,
    Sonha essa vida que sempre quiseste
    A paixão de outrora, artigos de uma loja asiática,
    Ficheiros no fundo do teu armário.
    Algo tem que mudar,
    Tu tens que mudar.
    Não deixes o teu chá ficar frio, para não te arrefecer
    Mais ainda do que tu já estás,
    Pequeno esse teu cobertor de olhares, para ti.
    Põe a tua imagem na minha cabeça de novo,
    Porque contigo eu deixei a minha marca, a minha cara,
    A minha pegada, a minha força, o meu desejo,
    Contigo eu deixei-me a mim.
    Dás-me e tua pessoa?

    Eduardo Coreixo
    terça 29 dezembro 2009 17:56

    - Voltei por metade.

    Voltei para dizer ao mundo que voltei,
    Voltei para dizer que estou descrente,
    Para mostrar que voltei sem vontade de voltar,
    Expressar o sentimento de revolta, na minha volta ao meu lugar.

    A revolta de uma volta,
    A troca de uns trocos destrocados por um sorriso mudo,
    Não estou preparado para encontrar um mudo capado,
    Um mundo sem quê nem porquê; um paradoxo digno de Star Wars.

    Posso manter a minha vontade motivada,
    Porque voltar sem motivação, é corte numa vontade de revolta;
    Hoje choro por esse lugar de tristeza imunda
    De um sorriso chorado ao largo do Tejo.

    Meio mundo, num meio copo de leite,
    Meia metade de uma meia que engole este mundo,
    Meia vontade cortada de um meio peito de mundo
    Meia palavra que é escrita, nesta metade de texto.
    terça 29 dezembro 2009 17:54

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    Eu nunca fui do mundo ou nunca me senti parte dessa coisa toda confusa azul e marrom, eu nunca quis ir para muito longe até pouco tempo. Antes eu achava que era por uma questão de falta de perspectiva ou ambição, mas não era (&) Sempre depois de algum tempo de férias ou até passando dias na casa de alguém não tão longe, eu sempre sentia que me perdia aos poucos. Como se eu precisasse de um lugar, daquele lugar que eu chamo de casa pra me encontrar novamente e por poucos dias me dar ao mundo. Antes eu achava que era por uma questão de falta de perspectiva ou ambição, mas não era(&) Mesmo que não me sentisse enraizada em nenhum lugar, eu  precisava daquele lugar que chamo de casa. Eu nunca fui do mundo ou nunca me senti parte dessa coisa toda confusa azul e marrom, eu nunca quis ir para muito longe até pouco tempo. Antes eu achava que era por uma questão de falta de perspectiva ou ambição, mas não era (…)
    Sempre depois de algum tempo de férias ou até passando dias na casa de alguém não tão longe, eu sempre sentia que me perdia aos poucos. Como se eu precisasse de um lugar, daquele lugar que eu chamo de casa pra me encontrar novamente e por poucos dias me dar ao mundo.
    Antes eu achava que era por uma questão de falta de perspectiva ou ambição, mas não era(…) Mesmo que não me sentisse enraizada em nenhum lugar, eu  precisava daquele lugar que chamo de casa.
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